Para fechar nosso tema “Desenvolvimento de carreira sustentável”, nada melhor do que refletir sobre a ideia de “pensar a carreira em longo prazo” de forma efetiva.
Portanto, no artigo dessa semana, resolvemos tratar do assunto "terceira idade" e sua relação com o mercado de trabalho, que tem passado por significativas mudanças nos últimos anos.
O que está mudando
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 30% da população brasileira, até 2050, terão mais de 60 anos. Nossa população está passando por um processo de envelhecimento bem acelerado e fica evidente que não existe mais espaço para intolerância com as pessoas de mais idade no mercado de trabalho.
Antes, pensar na terceira idade, era pensar em aposentadoria e, até mesmo, em saber lidar com uma sensação de impotência. Mas, hoje, a terceira idade tem sido muito requisitada, principalmente pela enorme entrada de pessoas cada vez mais jovens no mercado de trabalho e, por isso, os mais velhos tem sido vistos como uma fonte de experiência e habilidades inigualável.
“Hoje em dia é mais que comum que aposentados sejam convidados a prestar consultoria para grandes empresas e, através da sua experiência, agregar valor aos negócios e processos em geral. Estamos vivendo um momento ímpar onde a integração de gerações enriquece o cenário organizacional, quebrando paradigmas e abrindo novas perspectivas”, disse Amanda Figueira, sócia e consultora ARTIGO a. “Ser requisitado na aposentadoria é uma questão de consequência. Consequência de uma carreira que foi construída e cultivada de forma sustentável”.
Como lidar com a aposentadoria?
A Dra. Silvia Lagrotta, membro efetivo da Sociedade de Geriatria e Gerontologia e da Sociedade de Medicina do Exercício e do Esporte, conversou conosco e mencionou alguns dados sobre como tem se dado a aposentadoria atualmente: “Hoje em dia, o termo aposentadoria está um pouco defasado em relação ao tempo de envelhecimento e sobrevida. O Brasil é um país paternalista e por isso determina que qualquer pessoa que complete 60 anos tenha o direito de se aposentar, mesmo os que nunca trabalharam. O impacto dessa condição na economia de um país é um assunto à parte”, disse a Dra.
Segundo a Dra. Silvia, o mais importante é orientar o idoso que está perto de se aposentar, ou que por algum outro motivo foi impedido de exercer suas atividades laborais, que procure um acompanhamento de uma equipe especializada em qualidade de vida, saúde global e envelhecimento ativo (geriatra e seu grupo de saúde), para que esse momento de transformação possa ser atravessado da forma mais fluida possível. “Só assim os medos, os fantasmas e dificuldades dessa etapa de vida não causam tantos impactos na vida diária do indivíduo”.
Para Amanda Figueira, vale ressaltar que já há muitos profissionais que planejam sua vida e carreira de modo a ver a aposentadoria sob uma nova perspectiva, não como um término e sim como o início de uma nova vida – seja para abrir seu próprio negócio, seja para se dedicar a família, morar num lugar mais tranquilo, viajar pelo mundo, buscar seus hobbies, entre outros. Um termo que não se aplica mais é o famoso "Deixa a vida me levar", já que a vida deve ser vivida de forma plena, afinal todos nós merecemos!
O homem pode ser útil e produtivo em qualquer momento de sua vida, basta ele se preparar para isso!
A Dra. Silvia Lagrotta finaliza: “o mais importante é ajudar o idoso a montar uma estratégia para que a terceira etapa de vida (60 a 90 anos) seja bem sinalizada e consolidada de forma saudável”.
Duas palavras fundamentais para esse processo são: aqui-agora e planejamento. Quando vivemos o presente de forma consciente, estamos de fato construindo nosso futuro. Sem planejamento não há construção. Viva o presente e planeje seu futuro!
Este artigo contou com a participação de: Dra Silvia Merhy Lagrotta - CRM 52.73165-0 - Graduada em Medicina em 2002. Membro efetivo da Sociedade de Geriatria e Gerontologia desde 2005 e da Sociedade de Medicina do Exercício e do Esporte desde 2009. Dentro da medicina do exercício e do esporte, atua diretamente no acompanhamento médico e fisiológico de atletas profissionais de surf e atletas amadores de diversas modalidades.
Amanda Figueira - Sócia e Consultora ARTIGOa. Psicológa, Especilaista na área de Recursos Humanos. Com formação em Professional & Personal Coaching, pela Sociedade Brasileira de Coaching e qualificada pela C.P.P – Consulting Psychologists Press, Inc. USA, na utilização do M.B.T.I - Myres Briggs Type Indicator. Consultora nas áreas de Desenvolvimento de Carreira, Qualidade de Vida, Competência Pessoal, Recrutamento e Seleção e Educação e Performance.
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